Entrevista a Saúl Ferraz treinador do Sporting C. Canidelo
Entrevista preparada e conduzida por José Santos
Iniciamos um novo capítulo aqui no futsal-porto-distrital.com.
Falamos durante este defeso com alguns intervenientes do campeonato feminino, os treinadores.
As lutas travadas, os desaires e anseios, os objectivos e as dificuldades, serão explanadas aqui na primeira pessoa. Esta semana, começamos com o “novo” treinador do Sporting de Canidelo, formação de Vila do Conde, Saúl Ferraz.
Iniciamos um novo capítulo aqui no futsal-porto-distrital.com.
Falamos durante este defeso com alguns intervenientes do campeonato feminino, os treinadores.
As lutas travadas, os desaires e anseios, os objectivos e as dificuldades, serão explanadas aqui na primeira pessoa. Esta semana, começamos com o “novo” treinador do Sporting de Canidelo, formação de Vila do Conde, Saúl Ferraz.
Depois de ter estado em terras de S. Tirso, Saúl Ferraz rumou para terras vila-condenses e assumiu os comandos do campeão distrital da segunda divisão e estreante na divisão primeira da A. F. Porto.
Com as ideias bem assentes na terra, opta por uma postura de humildade e esperança num campeonato tranquilo e sem sobressaltos.
José Santos [JS]: Depois de teres alcançado o objetivo da subida de divisão pelo Rebordões, entristece-te ver a possibilidade do Rebordões não participar neste campeonato?
Saul Ferraz [SF]: A situação do Rebordões não é de todo do meu agrado, pois gostaria que o clube tivesse optado por dar continuidade ao futsal federado e permitisse às jogadoras locais a possibilidade de competir. O Rebordões e as pessoas que lá conheci, desde atletas a dirigentes, foram importantes no meu crescimento pessoal e desportivo, uma das melhores experiências que tive como treinador.
Espero que o Clube consiga a reunir condições logísticas e desportivas, para que a curto prazo possa voltar ao futsal.
JS: Achas que equipas que fazem planos ano a ano têm a mesma capacidade de obter frutos do que as que fazem planos a longo tempo?
SF: De forma alguma. As equipas com projetos definidos e estabilizados, tem uma maior probabilidade de alcançar sucesso desportivo por várias razões, apesar das exceções, como vimos no caso do Ossela esta época na A. F. Aveiro.
Em todo caso, o facto de manter a estrutura técnica e diretiva (com qualidade), aliado à continuidade de grande parte do plantel, favorece as equipas que fazem apostas a médio/longo prazo, como de resto serve de exemplo o Restauradores Avintenses e o Mindelo na A. F. Porto.
JS: O futsal feminino carece de atenção especial ou os métodos são iguais ao masculino?
SF: Acho que apesar das diferenças óbvias, muito se tem alterado a favor do futsal feminino nos últimos tempos, através da Federação Portuguesa de Futebol.
No entanto, as Associações e os próprios clubes na sua grande maioria, carecem de limitações competitivas e organizativas, que precisam ser reformuladas para um crescimento sustentável da modalidade na vertente feminina.
JS: Esta época vais treinar o Canidelo, já há objetivos definidos?
SF: Sim, os objectivos estão traçados, mas sabemos que existe um longo e árduo trabalho a desenvolver.
Estamos confiantes na realização de um campeonato positivo, mas não queremos pensar muito à frente do próximo jogo. Somos ambiciosos, a qualidade do plantel permite-nos pensar dessa forma, mas como diz aquela expressão: "o caminho faz-se caminhando".
O campeonato é longo e devemos manter a humildade, jornada a jornada, procurando ter capacidade para lutar e conquistar os três pontos.
JS: Reparei que tens uma mescla de jogadoras oriundas de várias equipas, complica a assimilação das tácticas esta diversidade?
SF: Conhecemos bem as jogadoras que formam o plantel do Canidelo esta época, face o desempenho das mesmas em anos anteriores.
Acredito que em algumas situações trabalhavam bem, o que favorece a nossa metodologia de treino e adaptação aos sistemas de jogo que pretendemos para a equipa.
O nosso maior obstáculo será o entrosamento do grupo, não propriamente o conhecimento táctico, apesar das alterações que vão naturalmente existir.
JS: Foi difícil a construção deste plantel?
SF: Nunca é fácil uma reestruturação da dimensão daquela que o Canidelo realizou nesta fase, mas acabámos por garantir as jogadoras que pretendíamos, face também a um extraordinário trabalho desenvolvido pela Direção do Clube e pelo seu Presidente.
JS: Que planos tens em mente para o futuro?
SF: O futuro neste momento é o Canidelo e fazer os possíveis para conseguir colocar o Clube num patamar maior do futsal distrital e a médio prazo a nível nacional. Construir uma equipa que possa estar à altura dos nossos adeptos e sócios.
JS: Que melhorarias farias se mandasses no futsal feminino?
SF: Cada um de nós, pensa sempre em algo que talvez pudesse implementar no futsal feminino, mas as minhas convicções coincidem com a proposta apresentada à A. F. Porto. Os quadros competitivos necessitam de uma reformulação profunda, desde o campeonato, passando pela própria taça distrital.
Aposta em seleções distritais seniores ou sub-20 e uma maior divulgação junto dos clubes, numa tentativa de sensibilização dos mesmos, na aposta no futsal feminino, também podiam ser soluções para o crescimento.
JS: O que esperas deste campeonato?
SF: Eu espero que seja mais competitivo e equilibrado que em anos anteriores, onde o Restauradores dominou claramente a prova.
Acredito que possa haver uma diminuição da diferença entre as Campeãs e as restantes equipas, mas o Avintenses é na minha opinião o maior candidato a vencer o campeonato, por todo o trabalho que vem sendo desenvolvido no Clube e a clara aposta no futsal feminino. Mantém praticamente a equipa e a estrutura de anos anteriores e a mudança de equipa técnica não terá grande impacto, ou seja, certamente um adversário bem preparado e de grande qualidade. Depois existem mais três a quatro equipas com ambições naturais de destronar o Restauradores, mas que depende muito da capacidade de minimizar as diferenças ainda existentes e a regularidade que a prova exige.
JS: Futsal feminino: que futuro? Comenta.
SF: Este ano as instituições demonstraram uma maior abertura ás mudanças, que de facto devem ser levadas a efeito para bem do futsal feminino, mas as alterações também devem ser realizadas nos clubes, na formação de dirigentes, treinadores e atletas, na aposta credível dos clubes em projetos a médio/longo prazo, para permitir a todos os intervenientes, o tempo e estabilidade necessária para fazer crescer de forma sustentável a modalidade.
Espero que este seja o ano zero para muitas destas situações.
Não podia deixar de realçar a dedicação que o site futsal distrital e as pessoas que o representam, demonstram pela modalidade e de enaltecer o trabalho por eles desenvolvido.
Em nome do Sporting Clube Canidelo, o nosso muito obrigado.
Com as ideias bem assentes na terra, opta por uma postura de humildade e esperança num campeonato tranquilo e sem sobressaltos.
José Santos [JS]: Depois de teres alcançado o objetivo da subida de divisão pelo Rebordões, entristece-te ver a possibilidade do Rebordões não participar neste campeonato?
Saul Ferraz [SF]: A situação do Rebordões não é de todo do meu agrado, pois gostaria que o clube tivesse optado por dar continuidade ao futsal federado e permitisse às jogadoras locais a possibilidade de competir. O Rebordões e as pessoas que lá conheci, desde atletas a dirigentes, foram importantes no meu crescimento pessoal e desportivo, uma das melhores experiências que tive como treinador.
Espero que o Clube consiga a reunir condições logísticas e desportivas, para que a curto prazo possa voltar ao futsal.
JS: Achas que equipas que fazem planos ano a ano têm a mesma capacidade de obter frutos do que as que fazem planos a longo tempo?
SF: De forma alguma. As equipas com projetos definidos e estabilizados, tem uma maior probabilidade de alcançar sucesso desportivo por várias razões, apesar das exceções, como vimos no caso do Ossela esta época na A. F. Aveiro.
Em todo caso, o facto de manter a estrutura técnica e diretiva (com qualidade), aliado à continuidade de grande parte do plantel, favorece as equipas que fazem apostas a médio/longo prazo, como de resto serve de exemplo o Restauradores Avintenses e o Mindelo na A. F. Porto.
JS: O futsal feminino carece de atenção especial ou os métodos são iguais ao masculino?
SF: Acho que apesar das diferenças óbvias, muito se tem alterado a favor do futsal feminino nos últimos tempos, através da Federação Portuguesa de Futebol.
No entanto, as Associações e os próprios clubes na sua grande maioria, carecem de limitações competitivas e organizativas, que precisam ser reformuladas para um crescimento sustentável da modalidade na vertente feminina.
JS: Esta época vais treinar o Canidelo, já há objetivos definidos?
SF: Sim, os objectivos estão traçados, mas sabemos que existe um longo e árduo trabalho a desenvolver.
Estamos confiantes na realização de um campeonato positivo, mas não queremos pensar muito à frente do próximo jogo. Somos ambiciosos, a qualidade do plantel permite-nos pensar dessa forma, mas como diz aquela expressão: "o caminho faz-se caminhando".
O campeonato é longo e devemos manter a humildade, jornada a jornada, procurando ter capacidade para lutar e conquistar os três pontos.
JS: Reparei que tens uma mescla de jogadoras oriundas de várias equipas, complica a assimilação das tácticas esta diversidade?
SF: Conhecemos bem as jogadoras que formam o plantel do Canidelo esta época, face o desempenho das mesmas em anos anteriores.
Acredito que em algumas situações trabalhavam bem, o que favorece a nossa metodologia de treino e adaptação aos sistemas de jogo que pretendemos para a equipa.
O nosso maior obstáculo será o entrosamento do grupo, não propriamente o conhecimento táctico, apesar das alterações que vão naturalmente existir.
JS: Foi difícil a construção deste plantel?
SF: Nunca é fácil uma reestruturação da dimensão daquela que o Canidelo realizou nesta fase, mas acabámos por garantir as jogadoras que pretendíamos, face também a um extraordinário trabalho desenvolvido pela Direção do Clube e pelo seu Presidente.
JS: Que planos tens em mente para o futuro?
SF: O futuro neste momento é o Canidelo e fazer os possíveis para conseguir colocar o Clube num patamar maior do futsal distrital e a médio prazo a nível nacional. Construir uma equipa que possa estar à altura dos nossos adeptos e sócios.
JS: Que melhorarias farias se mandasses no futsal feminino?
SF: Cada um de nós, pensa sempre em algo que talvez pudesse implementar no futsal feminino, mas as minhas convicções coincidem com a proposta apresentada à A. F. Porto. Os quadros competitivos necessitam de uma reformulação profunda, desde o campeonato, passando pela própria taça distrital.
Aposta em seleções distritais seniores ou sub-20 e uma maior divulgação junto dos clubes, numa tentativa de sensibilização dos mesmos, na aposta no futsal feminino, também podiam ser soluções para o crescimento.
JS: O que esperas deste campeonato?
SF: Eu espero que seja mais competitivo e equilibrado que em anos anteriores, onde o Restauradores dominou claramente a prova.
Acredito que possa haver uma diminuição da diferença entre as Campeãs e as restantes equipas, mas o Avintenses é na minha opinião o maior candidato a vencer o campeonato, por todo o trabalho que vem sendo desenvolvido no Clube e a clara aposta no futsal feminino. Mantém praticamente a equipa e a estrutura de anos anteriores e a mudança de equipa técnica não terá grande impacto, ou seja, certamente um adversário bem preparado e de grande qualidade. Depois existem mais três a quatro equipas com ambições naturais de destronar o Restauradores, mas que depende muito da capacidade de minimizar as diferenças ainda existentes e a regularidade que a prova exige.
JS: Futsal feminino: que futuro? Comenta.
SF: Este ano as instituições demonstraram uma maior abertura ás mudanças, que de facto devem ser levadas a efeito para bem do futsal feminino, mas as alterações também devem ser realizadas nos clubes, na formação de dirigentes, treinadores e atletas, na aposta credível dos clubes em projetos a médio/longo prazo, para permitir a todos os intervenientes, o tempo e estabilidade necessária para fazer crescer de forma sustentável a modalidade.
Espero que este seja o ano zero para muitas destas situações.
Não podia deixar de realçar a dedicação que o site futsal distrital e as pessoas que o representam, demonstram pela modalidade e de enaltecer o trabalho por eles desenvolvido.
Em nome do Sporting Clube Canidelo, o nosso muito obrigado.
1 comentário:
Parabéns ao Canidelo pelo que já conseguiu alcançar e muito boa sorte para a nova época!
abraço
Miguel Paiva
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